domingo, 3 de janeiro de 2010

Ninha, meu anjo da guarda.


Deveria ter abraçado-a mais.

Dar-lhe mais atenção, ouví-la, compreendê-la.

Colocá-la no colo, e com muito zelo passar as mãos em seus cabelos brancos.

Lembro de seus olhos grandes, inteligentes.

Da sua letra perfeita.

Das suas mãos que me acolheram e acarinharam.

E seu sorriso? Era lindo, perfeito.

Da última que vez que nos vimos , disse-me que seu sorriso era a única coisa bonita que lhe restava.

Palavras de quem deixara de viver sua vida para cuidar e amar quem estivesse a seu lado.

E como Ninha, Eninha, Élena sabia amar!

No silencio de sua casa , através das frestas das janelas , escondia-se.

Resolvera exilar-se.

Já dera amor suficiente.


Andava cansada.

Queria sua libertação.

O Pai do Céu, finalmente ouviu suas súplicas.

Ninha, meu anjo da guarda, subiu para o céu.

Estou órfã.

Saudosa.

Entretanto, seria egoísmo , não deixá-la ir.

Descanse em paz, meu Anjo.

Daqui da Terra estarei sempre lembrando de você.

Você estará presente em meus dias, noites e sonhos.

Despeço-me , dizendo-lhe que amo você.

Com carinho.

Sua filha, Sandra.

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