terça-feira, 23 de junho de 2009

Vida nova de nosso João( In memoriam)


Hoje é dia 23 de junho, véspera de São João. A fogueira é acesa. As bandeirolas enfeitam o Arraial de Bagá. São Pedro deu permissão para a festança com aval de Santo Antônio, São João e o santo protetor de Joãozinho, São Judas Tadeu.


O aniversário de João, o menino de Dona Cândida e Seu Ludugero é um acontecimento. A sua presença encanta e traz novos acordes ao céu. Os anjos e arcanjos se aglomeram para ouvir o mestre tocar!


Seus irmãos e amigos cheios de emoção agradecem ao Pai de todo universo tão importante oportunidade. Estavam com saudade do violão e da forma especial de cantar de João Bagá.


Negão (Nelson Sena Gomes), cantarola’”Mané fogueteiro”, enquanto Carneirinho (Carlos Sena Gomes) tem dúvidas no que cantar. Não sabe se “A carta” ou “Matriz ou Filial”?


Aloísio Leal, alegre em rever o amigo depois de tantos anos, dedilha algumas notas sendo observado por, Popó, João José, Silvio Guimarães, Osvaldo Aragão, Calafate e o maestro Ciciliano de Carvalho.


Dr Nequinho recorda com Eliziário, antigas canções em que pelas ruas de Senhor do Bonfim cantava, nas lendárias noites juninas que de casa e casa passava distribuindo alegria.


Um pouco mais adiante, em postura teatral estão os

poetas bonfinenses Omar de Carvalho, Antonio Fialho Augusto Sena Gomes, e Carvalho Melo a ensaiar versos em homenagem ao conterrâneo.


Apressado, vem Pedro Amorim de braços dados com a professora Zenauréa e Sinhá Cantadeira que entre versos saúda o aniversariante:


“A lua clareou

Clareou, clareou


A lua clareou,

Vai clarear”


Daqui da terra João Bagá vemos a lua clarear. Sentimos nela a sua presença. Ouvimos o seu violão que nos acompanha num parabéns pra você cheio de amor e saudade!


Viva a São Pedro, Santo Antônio e São João!

Viva a vida nova do nosso João!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Créuuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!


O maridão apareceu todo bonitão. Vestia um terno azul marinho que lhe caia muito bem. Coisa rara de se ver, viu? Não é que o homem ficou estiloso! Jesus me abana.

Mas a maioria dos homens só usam terno quando não tem mesmo jeito. Abominam a gravata. Deve ser mesmo incomodo aquilo apertando o pescoço. Coitados, sofrem pra ficar bonito!

Mas cá pra nós , isso é de tanto falarem de nós. Boca falou, boca pagou. Bem feito.

Reparem que eles só aderem ao terno em momentos muito especiais. Homem não aguenta certas coisas . São tão impacientes os coitados!

Sei que existe profissões que exigem o terno no dia a dia . Faça calor ,frio, por exemplo, lá estão advogados, deputados sem o menor problema no uso de tão indesejável vestimenta. Será se as usam com prazer ! Difícil de acreditar.

Pois bem, eu e o maridão todo bonitão, fomos a uma festa de casamento. Estão vendo, tinha motivo o uso do terno.

Lá pelas tantas e depois de algumas cervejinhas o paletó e gravata foram abandonadas. Essa atitude do maridão já era esperada. Estou falando dessa porque a outra atitude do meu parceiro me deixou b-o-b-a.

Em plena pista de dança, minhas amigas, o meu maridão dançava o créu.E pra completar me acenava e me me chamava para acompanhá-lo.

Fiquei parada a observar as variações de créus que ele fazia com o corpo. O danado rebolava direitinho. Descia , subia, ia pra frente, pra trás...eitá....estava mesmo "bombando" no salão.

Pronto, meu maridão virou fanqueiro daqueles que qualquer bonde do trigão contrataria.

Graças a Deus ,toca um forró salvador. É o sucesso do momento da banda Gaviões do Forró

Vou ao salão. O maridão me enlaça a cantar em pleno pulmões.
" Você não vale nada mas eu gosto de você"

Não sei se dançávamos ou flutuávamos . Ele me rodava, rodava, e o chão sumia.

Não sei lhes dizer como conseguimos dançar a música sem nos estatelarmos ao chão!

Ao final o dançarino se deu por vencido. Sentou-se numa cadeira e resmungou:
" Acho que minha lombar tava meio desavisada. Você acha que exagerei florzinha?"









terça-feira, 2 de junho de 2009

São João em Senhor do Bonfim - Bahia


Mês de junho chegou e com ele o cheirim de mio verde assado, amendoim cozido e licor de jenipapo.

Fecho os zoio e vejo direitim o Arraiá da Tapera em minha cidade natá enfeitado de bandeirolas e balões.

É a festa tradicional da minha Senhor do Bonfim. Lá o forró corre solto minha gente. Prepare as canelas, o arrasta pé vai te deixá frouxinho meu rei!

Vamo aproveitá cumpadi e cumadi. Vistam suas roupas de chita para acompanhar o mais famoso bloco junino que continua fié as tradições juninas de antigamente.Viva o bloco Caroá! Saudações, a seu idealizador, Fernando Coelho!


Oxe, o negócio fica meió quando a roda do Palmeira passa contagiando nós tudinho. Na merma hora quem tá só arranja seu par.É uma alegria retada, sô ! Oh trem bão da moléstia!

Fico tontinha, até meiroia quando ouço a calumbi passar. Vou atrás que num sou besta.

Psiu, vem tombém, ora. Num fica ai que nem poste parado . Se avexe bixim!


Quem já ouviu uma banda de pífanos sabe du que to falanu. Pois é, o sonzinho entontece, deixa a gente mariada. É bunitu dimais!

Home de Deus, eu to ouvinu uma sanfona. Ora, num é o cabra da peste de Cicinho qui chegó. O danado tá cantando "Esperando na janela". To arrepiadinha!

Olhem, pensei mió. Cês dão licença, mas eu vou pra minha terrinha.

Hein? Que foi? Oxe, num ouvi não. To indo.

" Vamo festejá o São João
vamo puxá fogo,
vamo farrear"

Eitá lasqueira.....fui!!!!!!!!!!!!

Viva São João minha gente!










segunda-feira, 1 de junho de 2009

Camaleoas


Fica cada vez mais difícil entender as pessoas. Muitas se mascaram. São verdadeiras camaleoas. Você não consegue identificar suas reações. Camuflam-se ao ponto de tripudiar com sentimentos alheios.

Acho desagradável julgá-las. Quem somos nós cheios de defeitos para apontar os erros de alguém? Ando a me indagar sobre isso. Sinto-me vulnerável e confusa. Procuro explicações mas nada me parece convincente.

Não sou Madre Tereza de Calcutá para aceitar tudo passivamente. Não consigo me conter. Estou com raiva sim. Sou humana , ora bolas. Sinto desolação diante de tanta falta de prudência para com o próximo.

Procuro sempre contar até três, oito, dez para julgar ou magoar alguém.Preciso refletir e parar de mentir para mim mesma, principalmente quando as evidências se escancaram deixando as máscaras caírem.

Certas ações quebram o ciclo da confiança que tínhamos no outro.Somos traídos maldosamente. Penso que dessa forma estão a blefar com nossa inteligência. Ninguém tem o direito de nos subestimar a esse ponto.

O engraçado é que apesar de tudo continuamos amando demais, acreditando demais e sofrendo demais.

Precisamos sair desse círculo vicioso. Na prática é tão difícil! Meras palavras que brotam do coração não seduzem mais. Tudo é muito racional.

A era tecnológica invadiu a cabeça das pessoas de tal forma que os sentimentos viraram um teclado de computador. Fácil e descartável.

Mas acreditemos nas palavras do grande Mahatma Gandhi para sossegar um pouco nosso coração:" Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas sujas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo."