segunda-feira, 30 de março de 2009

Vixe meu Deus!





Não gosto de raios e trovões. Sinto um medo retado. Parece que o mundo vai acabar. É verdade que melhorei um pouco desta neura. O tempo ajuda, faz com que afastemos os nossos fantasmas.

Esses medo lascado dos fenômenos naturais vem da infância. Instalava-se o terror no momento em que o céu escurecia. Nunca vi tanto alvoroço. Um gritava:"cobre os espelhos", outro alertava,"entra pra casa menina, olha o temporal".

Janelas e portas eram fechadas. E mal a chuva caia ,lá ia outro corre - corre para colocação de vasilhames nas goteiras que vazavam do telhado sem laje. Calada, observava tudo morrendo de medo.

Os trovões ressoavam e os padre-nossos, ave-Marias, creio em Deus pai eram rezados por vozes tremulas e ansiosas.

Aturdida, ia para debaixo dos cobertores.Achava que estava protegida. Era minha casinha particular.Nem por decreto sairia dali . Não endoidecera?


De olhos forçosamente fechados, encolhida e suando em bicas ,tentava tapar os ouvidos com as mãos para não ouvir o barulho do trovão.Não adiantava muito. O barulho era forte demais!


Tremia. Não chorava. Apenas pedia a Deus que acabasse com tudo aquilo logo. Queria o sol, ele me dava um alívio retado. Trazia-me a alegria , esperança pela vida.


Graças a Deus não passei esse medo para os meus filhos. Sempre soube controlar minhas emoções negativas causadas pelas tempestades. Mesmo aflita, lhes mostrava a beleza desses fenômenos trazidos pela mãe natureza.


Mas, confesso-lhes .O coração ainda bate forte quando o céu escurece e a previsão de tempestade se torna realidade. Desculpe-me, mas não consigo me conter. Acho que já está chovendo.Tenho que desligar o computador...viu ?



....Vixe, meu Deus...me acuda!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


















quinta-feira, 26 de março de 2009

Conversa de baianos


Dois baianos na rede.
- E ai, meu rei.
O outro se espreguiça. Resmunga baixinho. Vira-se de lado O amigo insiste.
- Colé, meu brodi! Tá nas horas...vamo, ora.
_ Levanta você primeiro. Tô sem coragem.
_ Seu xibungo, tu tá mole demais.
_ Olha só quem fala. Me diga ,quem foi o infeliz que noticiou um dia que seja fácil um baiano sair de uma rede!
_ Colé miserê, a rede é necessária, recupera as forças.Mas, escute negão, as festas começaram.
_ E foi?
_ Foi. E vou lhe avisar logo.Vou quexá a sua pirigueti.
O outro ri, passa a mão pelo cabelo, Espreguiça-se mais uma vez.
- Vai nada, tu vai é cume água.Tá me tirando de otário é cumpadi?
O amigo balança a rede impaciente antes de responder.
_ Oxi, endoideceu?Quero que tu saia dessa rede de uma vez. Hoje é primeiro de janeiro home!
O outro faz cara de assustado.
- Verdade? Affe, e agora?
_ Vamo prá Festa da Boa Viagem.
_ E depois?
_ Prá Lavagem do Bonfim.
_ E depois...
_ Prá festa da Ribeira, em seguida São Lázaro, Iemanjá...e...
O outro interrompe agoniado.
_ Chegaaaaaaaaaaaaaaaaaa
_ Nossaaaaaaaa véi....ta dando piti santa?
O homem se encolhe mais na rede, puxa o lençol, ajeita o travesseiro.
Faz-se silencio.
Só se ouve o ranger das redes balançando.
A brisa fresca que vem da praia chega até o terraço onde estão armadas as duas redes.
Ouve-se alguém resmungar.
_ Tu falou alguma coisa meu rei?
_ Hummmmmmmmmmmmmm......
_ Num intendi.
O amigo tira a cabeça do travessseiro e sonolento responde.
_Olha meu brodi.....me chama só no carnaval...viu?
Contrariado, o homem se levanta. Olha com desdém o colega e fala.
_ Disgraça de baiano preguiçoso....tá negando a raça seu peste!!!!
"E ainda dizem por ai que baiano só quer saber de festa. Vixe Maria, quanta calúnia!"

terça-feira, 24 de março de 2009

Como é bom ser dona de casa








Minhas amigas, uma coisa lhes digo do fundo de m'alma. To cansada demais dos nossos afazeres domésticos. Que rotina danada de chata. Inicia a semana e tudo é igualzinho.Todos os dias pratos pra lavar, comida pra fazer, casa para varrer. Hum...xi...rimou...! Poesia doméstica para aliviar a coluna,o cheiro azedo nos cabelos e oleosidade nas mãos, rosto, e o que mais
ousar estar á nossa frente.

Sou um desaste em lavar e passar roupas. Não sei fazer e não suporto executar tão desagradável afazer. Meu maridão reclama. Finjo de mortinha. Não adianta, não vou melhorar. E não faço esforço para tal coisa. Desaforo. Mas, assumo essa minha aversão doméstica. Tomei antipatia pelo ato de esfregar, estirar a roupa e depois vem o pior, passar o ferro nela. Dá até arrepio! Agora tem mais uma coisinha, compro todos os bons produtos do ramo, leio tudo o que diz nos rótulos, mas nas minhas roupas eles não funcionam.

Os pratos são lavados direitinho. Ganhei uma lava louças. Não gostei no início, acho que juntar pratos do dia para colocar para lavar na máquina ia me dar agonia. Não saberia esperar. Lavaria tudo logo.Pensei, pesquisei e me vi obrigada a ceder as pressões da máquina. Pelo menos pratos, talheres e copos vão ser lavados por mãos artificiais. Vamos ver até quando vou me acostumar com a nova companhia. Psiu..., pra vocês eu digo, preferia outro eletrodoméstico, fazer o quê, né?

Gente do céu. reclamamos demais! Parem com isso. Que horror! Deixem de bobagem. Olhem por outro prisma. Sejam otimistas. É tão bom fazer essas coisas. São valorizadíssimas ! Nossa, affe, deixem de antipatia. Arregacem as mangas. Peguemos nossas vassourinha - que ninguém tenha ousadia de nos chamar de bruxa, e vamos ao slogan " como é bom ser dona de casa"(suspiros).



sexta-feira, 20 de março de 2009

Ulá, lá








Tem dia que não dá. Você tenta, esforça - se e nada ! Parece até coisa feita. Cruz credo! Sai fora urucubaca .
Com as forças de nosso Pai maior ,essa prostração, moleza vai passar senão vou me acabar, jogar-me no poço de vez. Quanto teatro. Affe, uma tragédia grega.Não se envergonha de tanto exagero?

Xô coisa ruim. Vou me benzer quantas vezes for necessário. Faço todas as orações. Visto-me de luz. E a serenidade vai vir.Sei disso. Vou fechar os olhos. Tá doido, não consigo nem fechar os olhos. Vou me esforçar mais.

Isso, com calma feche os olhos ,e relaxe. Inspire devagar. Ei, tu tá querendo abrir os olhos que eu to vendo. Fecha os olhos teimosa! Isso vá com calma. Tudo vai passar. Inspire bem devagar. Sinta-se leve.

Mulé vou lhe dar um couro. Eu não disse para abrir os olhos e bocejar. Tu é difícil. Para afastar mal olhado e essas coisas toda que tu falou tem que se concentrar, respirar devagar. Hum, tá bom.Vamos, faça tudo de novo. Claro que tenho paciência. Oxente, minha linda pode deitar sim. Vamos relaxar. Deixe-se levar pela paz do seu coração. Relaxe, relaxe....

Home, dormi muito! Ei,cadê você? Mas você quem? Eu não estava só? Oxe, a tal urucubaca sumiu. Nossa, que mente fantasiosa! A gente se deixa levar por ela direitinho. Vê só como somos fortes! Tudo passa. Pra que se desesperar? Tu é mesmo apavorada criatura, Não tem vergonha? Relaxe sempre mulé, é fácil.. Rum, tá pensando o quê? Ah, isso .... sorria, cante, dance pense que está na Bahia, ulá, lá!!!!!!!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Máscaras?








Dizem que o mais triste é o envelhecimento da alma. O corpo não tem jeito. Ao longo dos anos existe sua decadência natural. Eitá corpo físico que dá trabalho! Temos que ficar alertas aos seus avisos . Constantemente ele reclama. E nós, na maioria das vezes vamos nos fingindo de morta.

Ficamos mais preocupadas com a estética do corpo de que com sua saúde. Vixe, virou banalidade as plásticas, lipos e novos e avançados tratamentos estéticos.
Não quero dizer que não tenhamos que melhorar nosso aspecto físico quando nos sentirmos infelizes e com baixa auto estima. O que incomoda são os excessos.

Certa vez estava numa festa e levei um susto retado. Deparei-me com duas máscaras. Pois é, lembram-se daquelas máscaras carnavalescas de antigamente ?
Aquelas feitas de papel? Eram horríveis, não é mesmo? Acreditem ,eu nunca vi coisa tão feia. As criaturas repuxaram demais os olhos. A boca, meu Deus, ficou um bicão daqueles. As maçãs do rosto, vixe maria, ficaram exageradamente salientes.

Não ri. Fiquei foi assustada. Como podem fazer isso e ainda se olhar no espelho e se achar maravilhosa! Mas, como dizem, problema delas, não tenho nada com isso. Mas, convenhamos, tudo tem que ser feito com bom senso, o mais próximo da realidade, sem excesso!

Lembro que no primeiro dia que vi minha ruga de expressão entre os olhos, fiquei perplexa. Meu Jesus amado! Passava as mãos e nada, ficavam elas lá quietinhas. Tentei durex.Oxe, duvidam? Coloquei mesmo. Home, claro que o durex não ia fazer nada por mim.Respirei.O fato é que elas estavam ali enfeitando o meu rosto. E isso era apenas o inicio. Fazer o quê????


Meninas, rugas e o despencar do corpo é coisa normal da vida. Não temos o poder de evitar tais fatos. Ainda não conseguiram inventar remédios para eternizar a juventude. Agora de uma coisa eu tenho certeza. Nós melhoramos muito. As mulheres hoje não envelhecem , elas se transformam em jovens senhoras, não concordam comigo?

Sei que devem estar pensando...palavras, palavras e as coisas despencando! Affe, certas partes do corpo não deveriam despencar. Por que acontece isso com elas? Mas levem para outro lado.O acontecimento é lento. A gente vai se acostumando! Será? Oxe, vamos aliviar, mudar de assunto, coisa chata esses comentários, não é?

quarta-feira, 18 de março de 2009

Filhinhos da mainha!










Sinto palpitação qundo penso que meus filhos
possam passar privações na vida. O espírito materno é tão forte que deixamos de viver nossa vida para viver a de nossos pequenos, mesmo sabendo que exageramos, super protegemos e acabamos não deixando-os caminhar sozinhos.

É desolador para uma mãe ver seu menino triste, doente. Amiga, eu fico até fraca das ideias. Jesus do céu, em prece peço que transfira para mim tudo que os agonie.Afe que amor retado !Tira-me até o ar. É coisa divina, inexplicável!

Se são intimidados, viramos leoas. Dá uma aflição no coração, um calor! O instinto maternal aflora. Enfurecemos.Se bobear avançamos, unhamos, xingamos Deus e o mundo. Sai de baixo, Mãe defendendo sua cria é só coração. Fuja, esconda-se, desapareça da face da terra
, viu?

Oxe, onde já se viu mãe não defender filho? Principalmente em casos de injustiça? Nós sentimos aquele bebê ser formado no nosso ventre. Depois da concepção vivemos intensamente as diversas fases de sua vida. Os acolhemos em nossos braços com amor, dando-lhes através dos anos ensinamentos que os faça pessoas melhores e felizes!

Agora vem a realidade que nos consome. Um dia o mundo os levará. Os quartos ficarão vazios. A quietude virará rotina .E suas dores, desilusões não mais serão compartilhadas conosco. Eles serão donos de seus destnos, e nós ficaremos apenas com a saudade e as lembranças.

Oxente, só de pensar nisso me dá agonia. Ah...se eu pudesse eles não sairiam . Há momentos que peço a Deus que os leve prá pertinho , para que possa beijar sempre os danadinhos, fazer-lhes cafuné, cuidar de seus resfriados, esquentar seu prato predileto e dizer-lhes muito, muito que eles são meu acarajé, vatapá, os filhinhos da mainha!

Vixe, se lerem vão dizer...filhinhos da mainha...que mico mãeeeeeeeeeeeeeeeeeee
!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Procurando canções pra vocês


Mentalizei músicas mas não tive tempo de cantá-las
Perderam-se no vai e vem da vida.
Procurei-as para presentear vocês
Não sei se me distrai
Não sei se as ignorei
Só sei que ainda cantarei as que por acaso encontrar
Jogadas ao destino errante
Acuadas por melodias
Que ao toque sutll de notas se desprendem
Traz rastros de dó, sol, mi
Devolve minha esperança
Elucida meu ser que canta feliz,
canções para vocês!








SANDRÃO





                                                         


                                      SANDRÃO






- Sandrãoooooooooooooooooooo!
Não é possível, depois de tanto tempo!Será sonho ou pesadelo?
- Ei Sandrão, não disfarça, é você que estou chamando.
Que infeliz resgate. Voltei mesmo ao tempo em que tudo em mim era ão?
- Sandrão menina, quanto tempo?
Faço cara de desgosto. Penso no pernão, coxão... e outras coisas mais.
-Sandrão, quanta saudade, me dê cá um abraço.
Abraço pra quê? Quando imagino o sofrimento de ter alguns quilinhos a mais me seca até a boca.Que tormento.
-Sandrãozinha, que bom lhe abraçar.Nossa, tá forte ainda hein?
Desaforo, tá pensando que sou otária e vou acreditar nisso.?Hummmmmmmmmm, penso mais não falo. Sou obrigada a rir forçado para essa chata.
-Oh, a mesma risonha de sempre. Tu é tão boazinha, pena que esteja um pouquinho acima do peso.Também não é nenhuma novidade, tu sempre foi cheinha.
Mas home, veja só. A criatura não se enxerga mesmo. Vou ignorar.
-Rsrsrsrsrsrsrs...ai, rsrsrsrs, meu Deus...rsrsrsrs.
Ficou doida, tá rindo de quê a peste?Não ouso perguntar, é uma coitada mesmo.
-Sandrão, você ainda tem dificuldades com as calças compridas? Elas sempre lhe davam trabalho lembra? Era um sacrifício para abotoar, sem falar que depois tu ficava até sem ar. (mais risos)
Olha só, é muita maldade.Em pleno 2009 onde o estereótipo de mulher é estar bem definida, com peso adequado á altura, vem essa xarope me relembrar fatos desagradáveis como ser chamada de Sandrão, por exemplo.Que raiva!
- Tá tão caladinha. Já sei está emocionada com nosso encontro. Oh, tão sensível a bichinha!
Affe, a mulher não se toca. Vai embora assombração!
-Sandrão, to notando uma coisa..tu tá sem óculos. Menina, ficou melhor. Mas tu usava uns óculos enormes, lembra?
Mentirosa. É bem verdade que os óculos eram um tanto anormal para o tamanho. do meu rosto. De tanto falarem abandonei-o na gaveta. Na escola precisava sentar na frente para enxergar. Penei um longo tempo com miopia e astigmatismo. Só usava óculos em casa...e escondido pra ninguém ver. Era mesmo muito besta.
- Sandãoooooooooooooooooooooooooooooo.
Vixe, tomei um susto! O que será agora? Cruz , credo!
- Acho que já vou , to cansada mulé.
Ah..graças a Deus, vai logoooooooooooooo. Que bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Sandrão, minha fofaaaaaaaaaa, tu tá morando em Minas não é?
Vejam só, a nojenta sabe tudo a meu respeito.
- Sou doidinha para conhecer Minas.
Valei-me todos os santos do céu, rogo, imploro, isso nãoo!
- Vou passar uns meses com tu, viu?
Ai, que taquicardia, acho que vou ter um troço.
- Sandrão tu tá com uma cara. Mulé tá parecendo que quer que eu vá agorinha!Oxente, tu me deixa sem graça. Nunca vi uma amizade tão linda. Tu não existe. É a bondade em pessoa. Ou melhor, tu é uma santa imaculada.
- Sandrão.Ei mulé, responde. Já sei está emocionada com minhas palavras, não é?Ficou pálida de tanta emoção. Venha cá então e me dê um abraço com esses seus braços gordinhos, e fofinhos! Oh delícia de amiga meu Painho do céu!