terça-feira, 27 de abril de 2010

O safanão.



Ai, amigas, que noite!

O maridão soltou sua motosserra á vontade.

A pobre aqui no maior sono e a motosserra infernizando meus ouvidos.

Impensadamente ,e meio lá e meio cá, grogue de sono , lasquei a mão, atroadamente, no que pensei ser o ombro, perna do maridão.

Enganei-me.

O safanão, leve, quero deixar isto bem claro, foi, infelizmente, naquele lugar que vocês estão pensando.

O home deu um pulo.

Euzinha da Silva, fiquei imóvel, olhos cerrados, nenhum músculo a se mover.

O pobre foi pro banheiro.

Parei até de respirar.

Ele volta. Parece puto.

Mexe-se na cama.

Continuo me fingindo de mortinha, crucificada.

No dia seguinte o meu idolatrado nem me olha, despreza-me.

A panaca aqui, pergunta:

- Benzinho, bom dia. O que aconteceu?

Ele me olha enfurecido.

- Primeiro, nada de benzinho. Segundo, não quero conversa.

Gente, magoei.

O acontecido á noite não foi proposital.

Não doeu, tenho certeza. Foi mais susto.

Tadinho.

Pensem bem,vocês acham que eu teria coragem de machucar o meu tesouro?

E, muito menos num local "tãoooo" precioso?

Seria lastimável.

Coração aperta só de pensar.

Estaria perdidinha.

Maridinho, fica com raiva não. Da próxima vez serei mais cuidadosa, viu?

Quer colocar uma bolsa de água quente?






segunda-feira, 26 de abril de 2010

Amado e inesquecível Tio João.


Hoje, 26/04,um ano sem meu tio João que foi para as estrelas. Sinto falta do seu violão, do seu canto e do seu encanto. Lembro do seu rosto quando me sorria , dos seus braços quando me abraçavam. Você é presença VIVA no meu coração. Que tal me acompanhar naquela música que gostava tanto? Só você sabe direitinho meu tom. Começemos?
" E por falar em saudade, onde anda você? Onde anda os seus olhos que a gente não vê"
Eu vejo os seus olhos, tio, sempre os verei. E não adianta se enconder. Eu acharei você através dos anjos. Eles me guiarão até o seu violão, e nosso encontro será de muitas canções. Saudades sempre, meu amado e inesquecível tio João!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Moço e seu carrão.


Passamos por muitas coisas na vida. Algumas são divertidas, ao passo que outras. Nossa, confesso, causam-nos certos constrangimentos.

Sei lá, pensando bem, acho que são poucas as que me constrangeram verdadeiramente.Fico mais com a ideia do desagradável.Isso mesmo, certas coisinhas me aborreceram, foram chatas. Trouxeram-me desconforto.

Vejo-me na cidade onde nasci, Senhor do Bonfim.

Penso que muitos de vocês confundem o nome da cidade ,com o nome do bairro do Bonfim que fica em Salvador.

Minha cidade está situada no nordeste do Estado da Bahia, a 360 km de Salvador. Hoje sua população é de mais de 80.000 habitantes.

Agora, a maior atração da minha cidade é o São João.

Acreditem, é trinta dias de forró pra ninguém botar defeito.A cidade se transforma no "Arraiá da Tapera" com atrações culturais e muita alegria.

Babem e sintam o gostinho do licor de jenipapo ao acompanhar "O Grupo Caroá", as quadrilhas, o desfile das carroças puxadas por jegues, e o casamento matuto.

Oxente, bichinhos. Não fiquem tristes. Criem coragem e vamos forrozar em Bonfim. Afe!

Bom, agora que já apresentei minha cidade, chegou o momento de lhes apresentar o 'Moço" - vou chamá-lo assim para o seu próprio bem.

Coitado, não fica bem escrever sobre os defeitos de alguém e colocar o nome. Concordam comigo?

O Moço chegou a minha cidade cheio dos atrevimentos. achava-se poderoso no seu carrão do ano. Nunca vi tanta antipatia.

O alvoroço das garotas em torno da figuraça era irritante - devo transparecer dessa forma, certo despeito. Hum, sei não. Veremos.

Costumava á tardinha passear na Praça Nova com as amigas. Distraídas,não tínhamos percebido que o novo garanhão da cidade com o seu carrão conversível, vermelho, aproximavam-se.

Levamos um susto quando buzinou e parou á nossa frente.

Olhando-o bem, até que dava pro gasto.

Mas, confesso,não senti nada de especial.

As meninas derretiam-se. Não conseguia entender direito. Ele me parecia tão comum, que me mantive distante o tempo todo.

Podem imaginar o que aconteceu?

Desse dia em diante perdi a paz. O "Moço" não largava do meu pé.Queria me conquistar de qualquer jeito.

As amigas, entusiasmadas, diziam: " Namora com ele. Vamos passear de carrão e matar as outras garotas de inveja".

Depois de muita insistência, resolvi ceder as investidas do "Moço".

Dei-lhe uma chance, afinal não tinha nada a perder.

Seria no mínimo divertido. As meninas ficaram radiantes. Sentiram-se realizadas.

O arrependimento veio mais rápido do que pensei.

Para começar, a decepção teve início na primeira vez que fomos ao restaurante. Podem acreditar, após comer, o "Moço" palitou os dentes e fez ruídos, desagradáveis, como se estivesse a "chupar" os dentes.

Para piorar tudo, deu um sonoro arroto.

Imaginaram minha cara? Concordem, é de sentir nojo. Oh, cara imundo e mal educado.

Para finalizar o romance, o dito cujo teve a petulância de soltar um flato num casamento.

Pensaram na minha vergonha?

Fiquei injuriada. Queria sumir.

Mas, o pior foi o olhar de censura sobre a minha pessoa.

Para minha revolta, todos acharam que o tal ruído fora emitido pela belezura que vos relata o fato.

Agora, o danado, o tal do carrão, o sonho de consumo das garotas, o verdadeiro flatulador, nem se importou, ria da minha desgraça enquanto todos me olhavam e diziam: "Coitado do Moço"!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Trilhos do nosso trem.


Emoções vão além da compreensão.

Elas desarmam razões.

Seduzem-nos.

Turbilhão de sentimentos forçosamente guiados por pensamentos que nos subjugam e emudecem.

No hoje vivamos apenas o presente .O passado inexiste.

Nossos dias partem para que outros surjam melhores e mais fortes.

Sejamos assim.

O despreparo de seguir pelas estradas de sempre não nos deixarão alternativas.

Saibamos dizes adeus ao que jogarmos fora.

O que nos sobrar será muito melhor.

Toda morte dói.

As lembranças tentarão oprimir nossos corações.

Ressusciteme-os.

Nos braços da vida eles saberão escolher o que nos faz bem.

Juntemos nossos pedaços com leveza.

Recomeçar nunca é tarde.

Nós somos responsáveis pelos trilhos do   nosso trem.

sábado, 10 de abril de 2010

Sacanagem.


Nada deu certo, mas mesmo assim insisti.

Criatura de Deus, deixe de teimosia.

Tu num tá vendo que hoje não é teu dia.

Não adianta. Vou fazer o que me der na telha, e nada vai me convencer o contrário.

Confio em meu taco, oxe?

Primeiro fiz um bolo. Resultado, murcho e cru por dentro.

O pão de queijo deixei queimar. Virou torrão.

Depois foi a vez de um caldo de aimpim.

Esse não tinha como errar. Temperei com afinco.

Ui, com certeza, delicioso.

Coloquei na mesa toda satisfeita.

Esperei os elogios.

O maridão e filhos não disseram absolutamente n-a-d-a.

Meus olhos começaram a ver as gotas de suor em suas testas.

Ai, pronto.Errei na pimenta.

Os três saíram da mesa como foguetes.

Os coitados foram beber água.

Fiquei tão triste.

Devia ter escutado os conselhos da minha consciência.

Oh, meu Deus, tadinhos dos meus bichinhos!

Maldita hora que esqueci os óculos ,e sem enxergar direito, coloquei um saquinho de pimenta calabresa no caldo.

Sacanagem.




quarta-feira, 7 de abril de 2010

Oh, grande MÃE!


"São as águas de março, abril , fechando o verão."

Este ano as águas foram abundantes. O outono já vem e elas teimosas, caem, e deixam o povo sem entender nada

As estações endoidaram.

E nós junto com elas.

Não temos opção.

Quem somos nós para lutar contra quem nos alimenta.

Sabemos também que somos filhos ingratos e que deixamos muito a desejar.

Irritados, sentimos nosso corpo reclamar contra as mudanças bruscas das estações.

Faz-se todas elas em um dia apenas.

Nosso corpo frágil, adoece.

As vitrines se despem do verão sem saber ao certo que estação virá.

O calendário dos homens, choca-se com o da natureza.

O melhor é esperar com paciência.

Vistamos nossos corpos com as roupas que a natureza indicar.

Ela que direciona nossas vidas.

Vencedora e poderosa Natureza.

Nós a saudamos, oh, grande Mãe!

Que suas águas se tornem calmas. E molhem plantações, saciem nosssa sede,encham rios, mares e lagos.

Namastê.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Gaia sofre


Mãe natureza foi insultada.

Aguentou muito. Demorou para demonstrar desagrado.

Foi pelas beiradas.

Não é do seu feitio a vingança impetuosa.

Ela preservou seus filhos de sofrimentos.

Mostrou caminhos. Não a escutaram.

Cansou.

Hoje o Rio de Janeiro sofreu com o excesso de chuvas.

Suas ruas estão alagadas.

A população sofre.

Quem serão os culpados?

Aponta-se vários culpados e causas.

Fala-se muito , mas não se resolve nada.


Todos os anos as cenas se repetem.

Gaia está ressentida, quer providências.

Amemo-la.

Cuidemos de suas florestas, águas, animais.

Nunca é tarde.

A Mãe perdoa sempre seus filhos.

Respeitemos a Mãe natureza. A ela devemos nosssa sobrevivência na Terra.










segunda-feira, 5 de abril de 2010

O menino e o violino


O menino Diego se foi .

Seu rostinho em lágrimas a tocar seu violino me tocou o coração.

Chorava pelo amigo que partiu, sem imaginar que algum tempo depois iria lhe fazer companhia.

Seu pai disse que ele tocará em uma orquestra no céu.

A leucemia levou Diego e seu violino.

Com muito amor despeço-me do menino músico.

Os anjos recebem mais um anjo.

O Pai e a Mãe do céu abraçam seu filho!

sábado, 3 de abril de 2010

Nega, preta.


Adoro quando me chamam de pretinha, nega.

Quanto tempo ninguém me chamava assim?

Pois é, criaturinhas encantadoras. Um amigo de longa data me encontrou no orkut e deixou recado.

Primeira palavra:" Nega".

Ganhei o dia.

Ri.

Estrebuchei-me.

Abestalhei-me.

Coisa linda!

To dengosa, affe!

Ser chamada de nega, preta, é carinhoso por demais.

Na Bahia é normal.

Tinha desacostumado.

Soa como música.

Vocês duvidam?

Fiquem sabendo pretinhos, pretinhas, neguinhos e neguinhas que ocês são um colosso .

Vou amassá-los com meus dengos, viu?

Ufa!

Ser chamada de nega é tudo de bom.

Aiiiiiiiii.