segunda-feira, 2 de maio de 2011

Genaro e Miguelita , com amor tudo é possível.




Miguelita Vicenza passa com cuidado o batom nos lábios . Escolheu a cor vermelha para realçar mais ainda os lábios grandes , largos ,seu grande objeto de desejo masculino. Sente-se irresistível.




Borrifa um perfume francês intenso e estonteante.Ajeita o corpo robusto. Feliz, entoa uma canção napolitana.




Sua voz de soprano enche a mata caatinguista.




Genaro saboreia mais um copo de suco de jenipapo depois de mais uma sessão de musculação. Os músculos do jegue bonitão sobressaem . O gostosão assumido se empina, ri . Seu ser narciso, sente-se satisfeito.




O jegue é viciado em esportes. Já participou de maratonas, escalou montanhas, e foi recentemente campeão de jiu jitson e capoeira.


Impressionante à disposição do jegue vencedor do BBB. Nunca vi dar conta de tantos afazeres. Principalmente aos que se referem ao coração. É um conquistador incorrigível. Não há espécie do reino animal que lhe escape.


O que mais se fala nas redondezas é de seu romance com Miguelita. A soprano famosa veio a convite da Fundação dos Batráquios do Brasil para cantar com a Orquestra Sinfônica dos Sapos Cururus do Semiárido Baiano.


Pois, como foi noticiado pela mídia animalesca ,a situação dos sapos dessa região do país é preocupante. A escassez dos bichos mexe com o ecossistema e o meio ambiente.


As muriçocas, na sua total ineficiência, nadam de braçada . Sentem-se donas da situação.Suas turbinas barulhentas machucam os ouvidos dos infelizes que tentam dormir á noite. E suas picadas coçam e avermelham as peles dos bichanos que são obrigados a deixar o seu habitat.


Mas, o novo romance arrebatador de Genaro, fez sofrer o coração da doce jeguinha Margarida. Numa tarde nebulosa ela se foi.Não houve despedidas. Deixou apenas um bilhete para seu amado.


O jegue vaidoso e galante conquistador, chorou. Não queria magoar Margaridinha. Mas a carne é fraca ,e ele não soube resistir aos lábios vermelhos e carnudos da cantora Miguelita.


Sentimental, Genaro desabafa com o maestro Sapo Cururu Didão.


- Maestro, companheiro de guerra, me diga com toda sinceridade, é fácil resistir aquela robustez toda de Miguelita?


-???????


- E a boca com aquele batom vermelho? Hummmm. eu não resisto a uma boca daquelas, e ainda mais com batom vermelho. É de ficar doido meu irmão.


-!!!!!!!


- Didãooooo, to apaixonadoooo.


- ???!!!!!!!


-Sapão, fala alguma coisa, Até agora tu só fez foi arregalar os olhos.


O sapão passa a mão pela cabeça, pigarreia e responde meio embasbacado.


- Genaro, é que tu agora tá namorando uma sapa. E , ai ,o negoço é complicado. Tu, meu irmão é um jegue, intendeu? Olha o teu tamanho , disinfeliz. E olha o tamanho da tua nova conquista ? Como é que faiz na hora do rala e rola?Ohh coisa ruim, é impossivi. Tu tá com os miolo da cebeça fora do lugar ? Num to com pacênça com tu dessa veiz, não. Nenhuma fêma te escapa. Tu é doente.


Genaro se assenta na cadeira de balanço próxima a um imbuzeiro cheinho de umbu inhado. Dá uma olhadela em Didão que calmamente enrola seu cigarro de palha.


Poeta e sonhador, o jegue olha para o céu onde uma lua cheia toma conta da caatinga. Num meio sorriso deixa as palavras de apaixonado falarem.


-Meu maestro e irmão, só tenho a lhe responder uma coisa: eu sou doente é de paixão. Paixão pelo cheiro, sabor feminino. E tem mais mais uma coisinha. O amor quando acontece, seja ele entre qualquer espécie deste mundo de meu Deus, não tem nada que o impeça . Principamnte ,quando ele é arrebentador e bambeia as pernas da gente. Portanto, camarada,na hora do rala e rola tudo é possível.


























































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