sábado, 27 de abril de 2013

A noite da Tanajura







Não faço de proposito. Quando vejo já falei, já agi, e me estrepei todinha. E olha que é com tanta espontaneidade que até eu mesma me surpreendo. Mas, o bom mesmo é fazer as pessoas rirem. Ah, isso não tem preço!

O fato que vou lhes contar, aconteceu, e é verdadeiramente....verdadeiro, juro!

Encontrei em Salvador um amigo de longa data com sua esposa. Fiquei contente com o encontro. Calma, não pulei no pescoço deles, contive-me. Uma vez fiz isso e levei um tombaço, levando junto, é lógico, a amiga!  Ela até gostou, mas quando descobriu que seu dente postiço voou longe quis me dar umas palmadas.

Prometi que nunca mais pularia no pescoço de ninguém, só no do maridão, e olhe lá!

Ainda um tanto emocionada com o encontro , sentei-me próxima ao casal amigo que entusiasmados me falavm  do seu filho.

Filho, ohhhh!? Fiz cara de dengo e iniciei a maior demostração de carinho por um bebê já visto na face da terra.

Meu Deus como sou exagerada. Quero agradar demais. E não é por ai. Tenho que ser mais comedida. Como faço isso?

Eles logo esclarecem:" É um menino lindo .  Quando chegamos em casa  nos recebe com calorosos,  au, au!"

Au, au , então é um cão, bom saber - franzo a testa, e afasto do  meu ser a palavra "mico". Preciso me comportar!

Meus queridos amigos falam do seu cãozinho, e de suas travessuras.

 Fico extasiada. Relaxo.

 Adoro bichinhos de estimação.

Vou ficando envolvida. Empolgo-me tanto que já quero o cão deles para mim.

Eles prometem um filhote - o pior é que já tenho dois cães. E a minha cadela, Bia, acabo de dar  luz a oito lindos filhotinhos.

Pois é, não quero filhote coisa nenhuma. Vou me conter nos elogios. Tenho que me centrar na realidade da ação, ufa!

Felizes com minha empolgação  eles exibem na tela do celular a foto do seu  bichinho fofo e inteligente.

Miúpe, e com astigmatismo, tento ver o cão. Acho-o pequeno demais. Parece um fiapo de cão. Tadinho..

Com um sorriso longo e forçado lhes falo amorosamente:
-  Lindo o cãozinho de vocês . Estou apaixonada. Queria muito tê-lo em meus braços. Ele é tão frágil.

Um longo silencio se faz.

Interrogo-me.Eles entreolham-se.

A besta quadrada que vos fala não estava olhando a foto de um cão, e sim, a foto de uma tanajura!

Socorro! Acho que pirei.





.












Nenhum comentário: