Doida,alopradíssima.

-Sou louca é? Se sou eu não sei. Ou será que sei?

-To pouco me importando com o que pensam.

- Se quero cantar, canto. Se quero chorar, choro, Se quero gritar, gritooooooooooooooooo.

-Ora, deixem-me com minha loucura . Incomodo, é?

-Rsrsrsrsrsrsrsr.

-Quê?

- Vou rir, gargalhar até perder o a ar.

-Vixe, tenho que me acalmar. Menos, menos. Olha o exagero.

- Vou rir sim.

-Vou morrer de rir.

- "Cale-se."

- Mulé de Deus, estou a cantar a música de Chico Buarque.

- Tu não conhece?

- "Pai, afasta de mim esse cale-se!

- Como ? Cê pensou que era cálice?

- Cada um faz a interpretação que quiser da letra.

- Ora, me deixe.Tu parece mais doida do que eu? Oxe, que ousadia!

- Tá querendo competir comigo?

-A doida aqui sou eu. Tu é dona de miolos centrados.

- Cale-se você, não mandei se menter em meu diálogo.

- Sou doida, alopradíssima, e com muita honra, tá?

- Sai fora, fantasma da ópera. Desencana.

- Tá duvidando de minhas reações?

- Óiiiiiiiiiii ! Não duvide não.

- Sou nordestina, cabra da peste, descendente de Lampião, o Virgulino, o Rei do Cangaço.

-Tu falou rei do bagaço?

- Mulé, "quem duvida perde a vida".

-É melhor tu começar a rezar pra Padim Padi Cíço.

- Eu sou doida varrida, entendeu sua tapada?Tu tá me ofendendo nas origem.

- Cai fora sua xexelenta, senão eu vou atiçar tu longe daqui.Tu vai avoar. Vai parar nos confins dos confins.

- .......

-Sandra, Sandrinha, Sandrãooooooo, , acordaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Quer me atiçar nos confins de onde? Oxe, e purquê? Ficou doidaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, mulé? Cruzes!

-Desconjuro. Tá sonhando que é do bando de Lampião, é?

-Oxe, eu vou é correr.

-Socorrooooooooooooo, a mulé perdeu o juízo.