quinta-feira, 13 de maio de 2010

Namastê.


Minhas meninas, tava atrasadíssima. Não é nenhuma novidade. Por mais que me esforce, sempre a mesma agonia.

Perninhas agitadas e respiração ofegante pra não me atrasar mais ainda . Compromisso é compromisso.

Médicos, dentistas, não esperam.

Os bonitinhos podem atrasar, nós de maneira nenhuma. Mas, p-a-c-i-ê-n-c-i-a.

Paciência uma pinóia.Tá tudo errado.

Lá vai euzinha mais uma vez me desviando do assunto principal.

Avoada e alopradíssima.

Pausa e reflexão.

Vamos ao assunto.

Ia pela calçada apressada quando de repente vejo uma senhora de bruços na calçada.

Levei um susto retado.

Parei, olhei, senti que respirava. Graças a Deus.

Olhei em volta. As pessoas passavam e não pareciam preocupadas com aquele ser de bruços na calçada fria.

Quanta indiferença.

O ser humano, desumanizou-se?

Falam tanto em solidariedade e naquele momento ninguém para socorrer aquela criatura?

Jesus do céu!

Olho o relógio.

O que fazer?

Não posso deixar aquela pessoa naquele estado.

Adianto o passo e vou seguindo sem desgrudar os olhos daquele ser imovel ao chão.

Vou caminhando de costas, aturdida, preocupada.

Rezo para que alguém a socorra.

E minha consciência? Ai, meu Deus, tenho que fazer alguma coisa.

Chego ao consultório e logo falo as pessoas o acontecido.

Alguém diz que melhor é ligar para a polícia.

Pego meu celular e imediatamente falo ao policial que vá ao local onde a mulher está estendida.

Graças ao Pai de céu, o moço se prontifica.

Na volta passo pelo local em que encontrara aquele corpo desconhecido.

Penso onde e como estará?

Pelo menos a tiraram daquele local. Não mais atrapalharia os pedestres.

Dá-me uma melancolia.

Penso naquela pessoinha e naqueles que passavam simplesmente, sem fazer nada.

Não vou julgar. Não posso julgá-los.

Quem sou eu pra mudar o mundo.

Cada um tem seus motivos.

Rezemos ao Pai por ela,e pelas pessoas que a ignoraram.

Amém

Namastê.





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