Nasceste na serra da Canastra nas Minas Gerais, em local conhecido como “Chapadão da Zagaia”, a mais de
Es um rio de fibra , pois mesmo sofrendo desgaste promovido pelo homem, não estás pávido nem acabrunhado. Resistes, como um soldado, vais a luta consciente da tua importância , na esperança que um dia a tua força seja reconhecida e teu trabalho árduo finalmente seja exemplo para aqueles que te perseguem.
Amo-te, meu querido Chiquinho. Sinto saudades das tuas águas cálidas ,andarilhas do meu sertão semi-árido, que grato por tua bondade se veste de verde, unindo-se a teus afluentes que se espalham, transbordam tal qual fonte divina, inspirando peregrinos
Es mesmo um rio especial. Acho até que o teu “coração” pertence ao povo nordestino! Afinal, trocaste o sudeste, região nobre do país, por uma região deficitária ,carente, e por vezes excluída no Cenário Nacional.
Preocupo-me com teu futuro querido rio. Temo que te prejudiques com essa história de mudança de teu curso no propósito de abastecer a população do agreste nordestino, na intenção de criar pólos agrícolas. Sabe-se que o rio Aral (entre o Cazaquistão e Uzbequistão) está morrendo.
Na década de 60, o governo soviético desviou dois rios que o alimentavam para irrigar plantações de algodão. Pressuponho, danos ambientais futuros com esse negócio de mudança do teu curso. Essa história vem de longa data e já foi plataforma eleitoral de muitos políticos!
Portanto, quero-te caminhante peregrino em direção ao mar a agradecer o milagre, conluiado com São Francisco de Assis, de dar vida ao nosso tão sofrido sertão.
Agradeço-te também por banhar 500 municípios brasileiros, ocupando 8% do território nacional, sendo assim o maior rio inteiramente brasileiro. Na tua nascente, presenteia-nos com vales e florestas naturais. E ao desaguar tuas águas a natureza te recompensa com coqueirais e imensas praias douradas.
Curvo-me a ti rio da Unidade Nacional, e peço a ajuda de Aiti, cujas lágrimas segundo a lenda o formaram, para afastar insensíveis e inescrupulosos espíritos presepeiros que são incapazes de impedir a tua morte lenta.
Um comentário:
O pedaço do Velho chico que conheço é o de Juazeiro.Vc não imagina como esta acabado,uma tristeza.Na orla de Juazeiro tem um mal cheiro insuportavel!Nem vale mais apena ficar ali adimirando o vai e vem da barca.bjs
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