quarta-feira, 6 de maio de 2009

Eu era moça!


Com doze anos de idade achava que era gente grande, Tudo porque havia menstruado aos onze. A primeira da turma a ser premiada. Nossa, com isso fiquei insuportável! Atormentava a todos com a ideia fixa que já era "moça". Cruz credo!

Pra piorar a situação tinha um corpo que aparentava além da minha idade. Até os seios já surgiam. Resultado vivia empinada,e um tanto "rebolativa" quando andava pelas ruas.Queria mesmo chamar atenção.

Certo dia passeava toda faceira quando me deparei com uma colega que não aceitava essa minha nova maneira de ser. Em tom desagradável me diz:

- Tu tá é metida a besta.

Meu rosto fica vermelho de raiva. . Faço cara de desprezo. A colega continua.

- Ninguém suporta você, viu?

Mexo os ombros como se não ligasse para o comentário. Meço a dita cuja dos pés a cabeça e digo.

- Nem ligo, oxe! Cai fora sua despeitada.

Nossa, a menina ficou braba! Foi se chegando, e cara a cara me diz:

- Acha que é moça, é? Só vive se remexendo pra chamar atenção. Coitada, não passa de uma criança bestona, idiota,nojenta e...e...muito da feia!

Não me aguentei. Aquelazinha tava falando demais!

- Olha sua cara de jegue, tu é uma despeitada, invejosa. Uuuuuuu, não tem peito. Uuuuu não menstruou ainda.(risos)

Minhas amigas o negócio ficou feio. Eu e a coleguinha rolamos no chão. Oh, briga feia.
Uns vizinhos que passavam foram separar os moleques.

Ofegante e com os cabelos despenteados retruco.

- Foi ela que me arreliou.

A menina chorosa se defende.

- Ela me chamou de cara de jegue.

Os vizinhos ficam penalizados. Olham-me interrogativos,

Faço cara de espanto. Chego-me mais perto e falo baixinho.

- Ela é uma mentirosa. Coitada...ela é menina ainda, não é mesmo?

A menina ia responder, porém a tal que se achava moça , e cheia das razões não lhe dá tempo. Sai ligeiramente, passando as mãos nos longos cabelos como se nada houvesse acontecido.

Ei, mocinha, volte aqui. Tome jeito! Ela não quer me escutar também! Por que será, hein?
Essa era eu? Tem certeza? Ah, não acredito. Oxe!
























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