domingo, 31 de janeiro de 2010

Nenhuma baiana merece isso!


O calor tava demais.

Abanava-me, e nenhum ventinho.

Que agonia!

Lembrei-me da minha terrinha.Tal e qual, ou senão pior um tiquinho.

Maridão disse que sou baiana do Paraguai.

Será se tenho obrigação de gostar de tanto calor?

Sendo assim sou falsificada.

São anos de frescor. Acostumei-me com o clima do povinho do pão de queijo.

Quem conhece Volta Redonda sabe que tenho razão.

A cidade é uma graça, mas o calor é terrível.

Mesmo com calor estava alegre.

Ria e me divertia com qualquer coisa.

Fiz amizade fácil. As pessoas quiseram até saber se eu ia demorar mais na cidade. Cheguei a receber convites para eventos.

Agora nisso tudo tem um diferencial.

Não estou me achando não.

Mas ser baiana é sucesso garantido.

Era dizer algumas palavrinhas, e o povo já vinha pro meu lado sorridente.Quando não me perguntavam:

- "Você é da Bahia, aquela terra maravilhosa!"

Hein? Não escutei o que você falaram.

Repitam, por favor.

Oxe, não dá pra mentir não.Só um oxe me entrega.

Rssrsrsrsrs.

Gostei muito do passeio. Foi rápido e proveitoso.

Só a insistência do maridão, para que provasse as gostosuras do lugar me desagradaram um pouco.

Primeiro me levou para comer linguiça, recheada com provolone.

Uma delícia.

Embora, no meu dia a dia, não seja fã dessa carne moida em rolinhos. Ela fica na minha memória "paladartiva " por vários dias.

Meu estômago a rejeita mesmo.

Com aquela pratada de linguiça com pão, mais refrigerante , já me satisfazi, e sofri.

Por que fiz isso? Poderia negar.

Oh, mas o maridão estava tão amoroso.


Não resisti a tanto carinho e afeição.

Empanzinei-me.

Mas, o meu querido, e abnegado marido, fêz- me um outro e gracioso convite.

Ai, quase morro.

Fiquei no final enjoada, e com um barrigão daqueles.

Deitei e não consegui pregar os olhos.

Precisei tomar sal de frutas.

A minha boca era puro dendê.

Oh, meu Pai, tive que saborear casquinha de siri, moqueca de camarão com azeite de dendê, e pirão, á meia noite.

E olhem que ainda estava com a presença viva da linquiça em minha vida, oh, perdão, boca.

Nenhuma baiana merece isso!

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