
Não gosto de raios e trovões. Sinto um medo retado. Parece que o mundo vai acabar. É verdade que melhorei um pouco desta neura. O tempo ajuda, faz com que afastemos os nossos fantasmas.
Esses medo lascado dos fenômenos naturais vem da infância. Instalava-se o terror no momento em que o céu escurecia. Nunca vi tanto alvoroço. Um gritava:"cobre os espelhos", outro alertava,"entra pra casa menina, olha o temporal".
Janelas e portas eram fechadas. E mal a chuva caia ,lá ia outro corre - corre para colocação de vasilhames nas goteiras que vazavam do telhado sem laje. Calada, observava tudo morrendo de medo.
Os trovões ressoavam e os padre-nossos, ave-Marias, creio em Deus pai eram rezados por vozes tremulas e ansiosas.
Aturdida, ia para debaixo dos cobertores.Achava que estava protegida. Era minha casinha particular.Nem por decreto sairia dali . Não endoidecera?
De olhos forçosamente fechados, encolhida e suando em bicas ,tentava tapar os ouvidos com as mãos para não ouvir o barulho do trovão.Não adiantava muito. O barulho era forte demais!
Tremia. Não chorava. Apenas pedia a Deus que acabasse com tudo aquilo logo. Queria o sol, ele me dava um alívio retado. Trazia-me a alegria , esperança pela vida.
Graças a Deus não passei esse medo para os meus filhos. Sempre soube controlar minhas emoções negativas causadas pelas tempestades. Mesmo aflita, lhes mostrava a beleza desses fenômenos trazidos pela mãe natureza.
Mas, confesso-lhes .O coração ainda bate forte quando o céu escurece e a previsão de tempestade se torna realidade. Desculpe-me, mas não consigo me conter. Acho que já está chovendo.Tenho que desligar o computador...viu ?
....Vixe, meu Deus...me acuda!!!!!!!!!!!!!!!!!!!